05 dezembro, dia do Voluntariado

Comemoramos neste dia, 5 de dezembro o dia Internacional do Voluntário. No seguimento do tema "ser cuidador e ser cuidado" que desenvolvi e partilhei aqui em tempos, proponho-me desta vez, de igual modo e importância, falar da forma como vejo e procuro viver o voluntariado, na certeza de que o facto de "viver" desse modo nos traz benefícios, muito mais do que imaginamos, encarando sim e na certeza de que, nos vamos "iniciar" nessa tarefa de dádiva, em que nós seremos também beneficiáriosa, já que o voluntariado desenvolve em nós as mais salutares formas de ser e estar, quer pessoalmente, quer enquanto inseridos no meio em que surgem essas necessidades sociais.

O voluntariado, independentemente da forma exercida por cada um, é a mais sublime forma, de cada um doar um pouco do seu tempo, e também do seu conhecimento em favor de terceiros, sem exigir qualquer contrapartida, seja de que espécie for, assente num acompanhamento meramente afectivo para com o "outro". Esta é sim, a definição mais simples de voluntariado, que faz crescer em nós a cada dia, uma vontade própria, aplicada num tipo de trabalho cada vez mais importante numa sociedade, que deve acima de tudo ajudar ao suprimento, que as mais diversas demandas sociais não conseguem ou não querem satisfazer, por muito que nos custe.

Se procurarem as formas ou condições para praticar o voluntariado, facilmente encontram partilhas sobre o assunto, quer de pessoas em modo singular, que já se encontram no voluntariado, ou através da pesquisa em organizações não-governamentais, ou mesmo através de entidades sociais que actuam em prole de causas e necessidades várias, ou até, através de acções e projectos levados a cabo por empresas. Creio porém, que a maioria das partilhas e conhecimento sobre o assunto, chegam até nós de forma autónoma e pessoal, sem vínculo a uma qualquer instituição.

Uma das situações que mais depressa se assimila, e que convém ter presernte,  é a de que: 

- Para ser voluntário, basta estar atento às necessidades de quem nos é próximo, familiar ou não, e estar disponível para dedicar algum tempo para compreender e atender a essas necessidades, que passam aos nossos olhos e aos nossos sentidos, e não as ignorarmos, como infelizmente ainda há quem o faça, desviando simplesmente o olhar, ou mesmo se afastando.

Não será difícil, nem ocupará muito tempo, identificar na sua zona de residência, ou na sua localidade (de modo mais alargado), alguém que necessita de ajuda, e você contribuir para minimizar ou mesmo solucionar essa necessidade, se a ela dedicar um pouco de si, do seu tempo e da sua atenção.

É nesta colaboração, que entendo ser o voluntariado muito mais que um acto solidário. Não serei só eu a entender que, uma acção solidária é prática comum numa necessidade pontual, do modo "fez-se, está feito", ou que demos algo e está encerrada a questão. Há muito mais que isso no voluntariado, já que esta forma der ser e estar vai muito mais além. O voluntariado exige e implica envolvimento, uma ligação própria ao "outro" através de acções contínuas, em que as melhorias se vão conquistando, através de uma boa comunicação e ajuda mútua, cujos resultados irão certamente ser compensados a médio ou a longo prazo.

§ Ajude a ajudar... Ajude, ajudando

(texto de opinião de AF escrito à margem do novo AO)