Mentira!... mordaz ou inocente?
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Como
muitos, frequento as redes sociais, denotando a cada dia uma maior "invasão" da
mentira, ou das chamadas "fake news", algumas colocadas tão subtilmente que torna
difícil decifrar se são ou não falsas. Não me admira, considerar que, se tornam
propícias as redes sociais, a que cada um relate de si uma não realidade, tanta
vez forçada, de modo a nos convencer de que o que diz é verdade.
Recordo, as célebres "dores de barriga" em dias frios de escola, ou um "desculpe chegar atrasado", para justificar um acordar tarde, fruto de uma preguiça encapotada.
Parafraseando um dito antigo "que atire a primeira pedra, aquele que nunca mentiu"
Mas vamos reconsiderar: -Será que a mentira não serve tanta vez para minimizar um dano? Ou salvaguardar um estado menos bom? Ou tornar menos dolorosa uma situação de saúde?
Não quero ser polémico, mas realista perante este assunto. Para o bem, e para o mal, somos "excelentes" mentirosos, consoante o momento e a razão. Mentimos para proteger, mentimos no cuidar, mentimos por amor, mentimos na doença, mentimos de mil e uma maneira, tanta vez para agradar, ou minimizar a condição débil do outro.
Que caraças, até me apetece escrever um "palavrão". Já imaginaram o que seria se disséssemos o que nos vai na alma, ou o que achamos de diversa pessoa... Bem, cuidado com o que dizem da vossa sogra, ou o que pensam dela, já que uma mentirinha, não faz mal a ninguém se todos ficam bem. (vê! Já lhe provoquei um sorriso).
Quem nunca fez das fantasias, um modo de estar perante a vida perante os outros? Vamos sim, saber distinguir até onde podemos ir, não vamos entrar por uma forma abusiva que traga dissabores, ou mal entendidos, não façamos da mentira uma forma de maltratar ou maldizer, de prejudicar quem quer que seja. Podemos sim, fazê-lo como forma de diversão, de fazer soltar um sorriso que se esconde, e através dela trazer alguma alegria num momento menos bom... A forma como o dizemos, pode ser benéfica, assim tenhamos a certeza de como o fazer a bem de um bom convívio, ou pela melhoria da paz familiar, ou tornar momentos difíceis menos penosos, não afastando a responsabilidade de que há regras a cumprir em sociedade, e que é "urgente" que todos tenham a noção até onde podem ir, e o saber parar, não saindo por aí a contar mentiras, por tudo e por nada.
Voltando às questões das "fake news" e das mentiras nas redes sociais. Não alimente comentários só porque sim. Não divulgue partilhas sem conhecer a verdade, o que por vezes até é simples de saber com uma simples pesquisa na net.
Não esqueça, "há uma linha que separa o que é inocente, do que é mordaz e prejudicial".
(texto de opinião do autor, escrito à margem do novo AO,)