Amizade? ou é, ou não é...
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Sem querer ser egoísta, quer em relação a mim, quer em relação a outros, deixo um relato sobre um estudo que fiz para um trabalho, num passado recente, enquanto estudante, sobre a Amizade "real" e a outra que não o sendo, nos baralha a cabeça, fazendo-nos crer que é sincera, quando pode não o ser.
Não vamos negar que um amigo de verdade nos permite uma vida "mais doce", mais predisposta à alegria contagiante. Por outro lado, rodeiam-nos aqui e ali, os que nos sugam as energias, deixando-nos tristes e exaustos, quando desaparecem. Penso assim, e não me levem a mal. Em meu entender, por muito que nos custe, há hábitos, quer de comportamento, quer no decorrer do diálogo, que nos dão alertas frequentes, e nos ajudam a definir o que representam realmente, ocupando o espaço que deveria ser positivo em nossas vidas.
Tanta vez não avaliamos a realidade e vivemos lado a lado com comportamentos adversos, recheados de más intenções por parte de outrem, os mesmos que desaparecem quando mais se precisa deles. Uma análise no tempo, torna-se necessária da nossa parte, sobre comportamentos que possam demonstrar protagonismo exacerbado, ou mesmo a raiar a egocentricidade, porque o outro faz tudo para ser notado, forçando tudo de modo a ser o centro das conversas, actividades ou decisões, relegando-nos para segundo plano, ou mesmo nos ignorando completamente. O que se pretende da Amizade, é que nos sintamos bem quando encontramos os amigos, e não ficarmos perante atitudes que nos deixam mal emocionalmente ou mesmo irritados. Tenha presente que se o outro, que diz ser seu amigo não consegue pensar em nada além de si mesmo, ele não quer a sua amizade, mas sim conquistar outro público custe o que custar.
Tenha em atenção. Se o seu amigo age como se não se importasse com nada, é melhor você repensar a relação. Se ele exige que seja sempre você a pedir desculpas após um mal entendido, isso não é saudável em nenhuma relação.
Depois há fases em nossa vida que notamos bem mais essa ausência. Sempre que precisa de alguém a seu lado, que lhe dê apoio, é esse o momento em que "o seu/nosso amigo" aproveita para desaparecer, não se importando sequer se você está bem.
Quantas vezes você deu a mão a alguém, por iniciativa própria, ou porque essa ajuda lhe foi solicitada e disse sim, apoiando, e mais tarde, no inverso, essa pessoa lhe vira as costas? Nunca lhe aconteceu, falarem-lhe bem em público, numa amabilidade "encenada" mas em privado ser ignorado? Pois é... Acontece...
Imagine uma escala de satisfação. Repare se o outro, o apoia, o incentiva e procura o o seu bem estar, notando nele uma preocupação em relação a si enquanto pessoa? Ou se pelo contrário, não aplaude ou incentiva o que você faz, ou mesmo se afasta de si, chegando a menosprezá-lo ou a fazer "chacota" da situação.
Pense se ele aceita as suas falhas ou se a todo o momento as refere e as joga na sua cara. É que, queiramos ou não, todos cometem erros de vez em quando. Um bom amigo é aquele que é capaz de dar o braço a torcer e não fica, repetidamente a lembrar, e a apontar o dedo a situações desagradáveis. Depois temos o reverso. Se for você, a magoar esse amigo, ele não lhe vai perdoar tão cedo e nem se irá esquecer. Pior ainda, você continuará sempre a ser o culpado quando estiver com ele, já que será o próprio a fazer de tudo para que você se sinta culpado. Para muitos, querem a nossa disponibilidade, mas raramente se encontram disponíveis. Não nos ouvem, mas fazem tudo para ser ouvidos. Não nos dão atenção, mas querem ser o centro das atenções. Não mede, nem compreende os seus desabafos, mas está constantemente a vitimizar-se. Não nos deixa falar uma frase completa, para constantemente falar dele mesmo.
Estabeleça limites e veja se ele os respeita. Defina algumas barreiras e veja qual o comportamento do seu suposto amigo para ver se ele é sincero. Se ele o for, aceitará e respeitará suas decisões, forma de ser, de estar, de pensar e de agir. Se a pessoa continuar insistindo e não respeitar os seus limites, pode estar tudo encaminhado para uma amizade não sincera.
É verdade que, não dá para mudar as tendências passivo-agressivas das pessoas, nem percamos tempo sobre essa questão. Procure simplesmente afastar-se, e seja assertivo quando tiver que falar algo.
Numa amizade verdadeira, coloque os amigos em primeiro lugar, e tenha a capacidade de reconhecer que a outra pessoa faz o mesmo. Dê sempre preferência à honestidade, quer em relação a si, quer em relação ao outro. Faça uma aproximação gradual, ponderada, assente num modo saudável de criar novas relações e se proteger de novas frustrações.
Procure dar a cada dia, a cada momento, um sentido sério à amizade e à vida, e tudo será para si e para os outros, muito mais salutar.
(texto de opinião de AF, escrito à margem do novo AO)